quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O rugido do GRIFO!





Desde que o nosso presidente falou mais do que devida no 7 de Setembro de 2009, o grifo parece ter ganhado mais força e o rugido é cada vez mais alto.


O avião escandinavo JAS 39 Gripen da SAAB foi o vencedor do programa F-X o primeiro que infelizmente não foi levado à cabo. Naquele momento o Gripen juntava as boas características técnicas e custo baixo como pontos fortes.
Vale ressaltar que o programa F-X não tratava de transferência de tecnologia e mesmo a assim a Suécia já oferecia um pacote muito mais completo e vislumbrando a maior adaptação possível ao cliente.


O Gripen daquele momento era o JAS 39C, porém agora o que vemos é um avião conceito.



A SAAB oferece ao Brasil o Gripen NG, diferentemente do Gripen IN que concorre na Índia e será um modelo específico do Gripen para as necessidades indianas, o Gripen NG é aquele que a SAAB pretende ver como o real futuro de seu projeto e mais, é onde a própria Força Aérea Sueca vê o seu futuro.


Resumindo o Gripen NG é uma escolha claramente voltada para o futuro, e a compra deste avião pelo Brasil significa o passaporte para entrar no desenvolvimento do jato, e ainda dá tempo.
Entrando nesta fase do projeto, o Brasil terá pleno acesso ao software utilizado pela plataforma e a Embraer poderá ver efetivamente como funciona o desenvolvimento de um jato supersônico de combate.


Mesmo sendo um avião menor e com alcance reduzido, o Gripen associa boas características técnicas que o tornam um "pequeno notável" e colocam esse jato monomotor competindo de igual para igual com bimotores como o F/A-18 E/F Super Hornet e o Rafale.


O Gripen que está no processo do F-X2 desde o início e a SAAB montou seu escritório no Brasil com boas ambições, pois em paralelo ao programa F-X2 o escritório sueco costurou diversas parcerias com empresas brasileiras para o desenvolvimento de peças e partes do Gripen NG (independentemente da decisão do programa F-X2).





Com isso a SAAB deu um passo gigantesco para um trunfo evidente: PREÇO.
A SAAB atacou de frente e de primeira a frente de viabilizar o projeto, e foi absurdamente feliz! O quadro acima mostra o quanto do jato pode ser feito por aqui.


O Círculo de empresas brasileiras envolvidas com o projeto ultrapassam o número de 10 e com isso a SAAB acertou em cheio a política do END (Estratégia Nacional de Defesa), fazendo uma boa parte do caça em casa, e passando tecnologia para a Embraer desde o princípio e com um forte apelo na FAB (Força Aérea Brasileira) devido ao desenvolvimento do avião em conjunto com o Brasil.



Os suecos chegam ao ponto de prometer "co-propriedade intelectual" sobre o projeto, o que tornaria o Gripen algo como um PAK-FA (Hindo-Russo) ou como o Eurofighter (Britânico-Italiano-Espanhol e Alemão). Dessa forma a Embraer poderia desenvolver e construir suas células e vendê-las aos clientes que quisesse (e que pagassem o preço), com isso o retorno do projeto seria fantástico à indústria nacional.


Porém, como tudo nessa vida, o projeto tem uma falha, um "calcanhar de aquiles" e no caso do Grifo (afinal Gripen significa Grifo em sueco) ele se chama ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA.


A indústria aeroespacial sueca não é completa, não possuí condições de desenvolver todo o avião com tecnologia própria, logo ela sofre em alguns pontos, como o RADAR, fabricado sob licença na Suécia ele se trata de um equipamento desenvolvido em conjunto entre a Ericsson (sueca) e GEC-Marconi (britânica que hoje é parte da BAe Systems).






Mas o grande problema é o propulsor...

A Volvo fabrica sob licença o Volvo Aero RM-12, uma versão do motor americano General Eletric GE F-404 (o mesmo dos Super Hornet's).


Esse motor é fabricado 60% nos Estados Unidos e depois mandado para a Suécia onde os 40% restantes são completados e então a célula está operacional e esse motor já foi razão de problema em concorrências anteriores, onde os suecos foram "forçados" a se retirar devido a concorrência com modelos americanos.


Aparentemente no caso do F-X2 o motor não seria um problema e a indústria americana estaria mais preocupada em vender (seja como for) do que qualquer outra coisa. Seria até melhor para os americanos venderem só o motor (em versão sueca e não 100% americana), pois com isso conseguem alguma fatia do processo e não arriscam sua tecnologia mais "fina" com o resto do F/A-18 Super Hornet.



Retirado esse ponto dos motores nos voltamos aos pontos forte do Gripen, que se perde em potência, capacidade de carga e alcance operacional ele sobra em adaptabilidade, e tem transferência de tecnologia garantida, além disso os suecos entregam o caça mais barato da concorrência, com o menor valor de hora de vôo e segundo um "buburinho" no mundo da aviação eles já estaria em desenvolvimento uma versão embarcada do Grifo...


Será que tem cheiro de MB (Marinha do Brasil) aí?



O importante é que a decisão aconteça e ainda acredito que veremos um híbrido de Rafale e Gripen nos céus do Brasil, quem sabe até "chutando" o motor americano e colocando o propulso SNECMA francês no lugar...

Se segurem que eu estou chegando!

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